voa, man!

ele era difícil de se deixar convencer. mas convencia muito bem. rafael kent, diretor, fotógrafo e multitask apaixonado por contar histórias e principalmente em como contar histórias, participou do m-v-f- pela primeira vez em 2019 com o clipe “saci (remix)”, de baianasystem feat tropkillaz, finalista na categoria “melhor videoclipe nacional”; em 2020, repetiu o feito, com o sensível “aseptic”, com música de ubunto, realizado durante a pandemia, na categoria “melhor coreografia em videoclipe nacional”. e em 2021 foi a vez de “Cali Dreams feat The Beach”, de Vintage Culture/Fancy Inc, integrar a lista de finalistas da categoria “melhor videoclipe nacional – voto do público”. em todas as ocasiões, a inscrição não foi espontânea. Foram algumas mensagens trocadas para convencê-lo que esses trabalhos precisavam ser reconhecidos pelo seu apuro técnico e criativo. típico de cabeças geniais. toda a energia é colocada no fazer e entregar, com corpo e alma, o melhor que pode ser feito. mas assumir a genialidade e competência já não é tão confortável.

em 2021, participou com sua mente inquieta no talk “imagem além do som: a construção da imagética de artistas” do m-v-f- reloaded, uma programação digital que uniu grandes nomes da arte do vídeo feito para música e que apontou caminhos sobre como criar em época de isolamento. O talk que traz a sempre dedicada contribuição de kent contou ainda com russo passapusso, roberto barreto, helder fruteira e kynnie pode ser visto aqui

no ano passado, kent se juntou ao júri do m-v-f- awards e se entregou de corpo e alma nas conversas, trocas e sugestões ao longo do processo de escolha de finalistas e vencedores. Era nítida a sua paixão pela arte do videoclipe, sua visão consistente, corajosa e pertinente. Sempre disponível, as trocas nunca eram levianas, e nem simplistas. Kent era intenso. E isso fazia de sua contribuição para o assunto algo único e muito, muito raro.

siga em paz, querido kent. A comunidade de vídeo feito para música e nós aqui do m-v-f- temos certeza que seu(s) plano(s) não termina(m) aqui. voa, man!